O universitário é um ser que tem o desejo profundo de
abraçar o mundo inteiro e viver todas as aventuras que vierem pela frente. E
foi pensando em viver uma nova aventura que a estudante de Jornalismo da Unama Raíssa
Araújo se inscreveu no projeto “Laboratório de Produção de Vídeo Geração
Futura Universidades Parceiras 2013”.
Raíssa então viajou no final de janeiro deste ano para o Rio
de Janeiro onde realizou o laboratório presencial do projeto que terá como
produto no final do ano um curta, que que será transmitido durante a
programação do Canal Futura.
O tema escolhido pelo canal está ligado ao projeto
internacional do qual o Futura é representante brasileiro, o "Why
Poverty?", que foi criado para promover um debate global a respeito da
questão da pobreza. A partir desse tema o Futura sugeriu subtemas para os
alunos participantes e Raíssa escolheu "Pobreza e moradia/ situação de
rua".
O enredo de “Malabartes” contará a história de um garoto de
rua que faz malabares no semáforo e se apresenta dentro de uma grande caixa de
papelão, que simula um teatro. A sonoplastia e uma brincadeira com luzes vão
revelar e dar destaque ao espetáculo, que antes era mal visto na rua. Os
enquadramentos de câmera captarão os diferentes olhares e reações das pessoas
sobre ele.
A escolha de Raíssa pelos malabares foi pensando no fato das
manifestações artísticas serem além de entretenimento e lazer, um instrumento
de expressão social que constroem a identidade cultural de um povo e ajudam a
promover a inclusão social, denunciando e criticando realidades como a da
pobreza.
“Minha tentativa é mostrar que de um lado existem pessoas em
situação de pobreza e de rua que veem na arte um meio para sobreviver. E do
outro lado existe uma sociedade que finge não ver essa manifestação artística,
ignora-a e não se move para mudar a situação de pobreza desses indivíduos”, diz
a acadêmica.
O projeto “Geração Futura Universidades Parceiras” é uma
iniciativa do Canal Futura que já acontece há oito anos e oferece a estudantes
das Universidades Parceiras a oportunidade de
aproximação com a produção televisiva. O Geração Futura é um conjunto de
ações desenvolvidas para incorporar na linguagem audiovisual a experiência, o
saber e o olhar do jovem, estabelecendo um permanente diálogo entre produtores
de TV e sociedade.
Ajuda dos amigos
Durante o período do laboratório de 28 de janeiro a 8 de
fevereiro, Raíssa e mais 32 estudantes das Universidades Parceiras viveram
juntos muitas experiências. “A gente estava ali para se ajudar, seja na
construção do roteiro ou nos passeios pelo Rio de Janeiro”, conta. Os
estudantes viram de perto como funciona o Canal Futura, participaram de
oficinas em que conceitos e técnicas de produção televisiva e cinematográfica
foram abordados de maneira muito dinâmica e participativa.
De todas as experiências que tiveram uma das que mais marcou
segundo a estudante foi a visita ao Centro Cultural Waly Salomão, do grupo
Afroreggae, que fica na favela não pacificada do Vigário Geral.
“Pela história do grupo e pelo o que eles são agora, sem
dúvida foi a que mais fortaleceu a ideia de que para mudar precisamos fazer
juntos. Hoje, vivemos em rede e tudo é compartilhado. A rede se sustenta pela
utilização. Por isso, sou crente que projetos culturais se sustentem pela
colaboração”, afirma.
As gravações do curta “Malabartes” acontecerá dias 13 e 14
de abril em uma praça pública da cidade. Tudo na produção está sendo feito de
forma colaborativa, desde os materiais até a participação dos atores. As
pessoas poderão participar indo ver o espetáculo de malabares, sendo que serão
filmadas e assinaram um termo de autorização de imagem, pois o vídeo será transmitido
no Canal Futura em setembro.
A colaboração vem da equipe do Geração Futura, da Unama, da
família da Raíssa, do Dirigível Coletivo de Teatro, que ela é membro-fundadora,
do malabarista Lurralle Amaral, de amigos como Pedro Tobias e Bianca d'Aquino e
da Casa da Cultura Digital Pará que aposta em projetos de forma colaborativa e
que incentivem a cultura.
A ajuda mais recente que Raíssa recebeu foi a do professor e
cenógrafo Bruce, que emprestou muitas caixas para a construção do cenário.
“Cada um ajuda em pequenas coisas que fazem muita diferença quando juntas. Até
mesmo uma breve conversa com outras pessoas já ajudou. A cada aperto de mão com
essas pessoas eu sinto esse projeto sendo realizado com sucesso”, conta Raíssa
emocionada.
Texto: Monique Malcher
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