Na opinião de 47% dos jovens brasileiros, um bom professor é
aquele que sabe utilizar a internet e os recursos tecnológicos para ajudar no
aprendizado dos alunos. É o que mostra a pesquisa Juventude Conectada, realizada pela Fundação Telefônica Vivo em
parceria com o Ibope, o Instituto Paulo Montenegro e a Escola do Futuro, da USP, e divulgada hoje (27) no Ria Festival,
evento de cultura digital promovido pela fundação, em São Paulo.
Esse número pode ser justificado pelo crescente uso que os
jovens fazem da internet e dos recursos tecnológicos para realizar atividades
educativas, seja nas instituições de ensino ou em casa. Segundo o levantamento,
75% dos jovens dizem já ter utilizado a internet na escola para atividades
propostas em aula – e 68% deles declaram ter utilizado na escola por iniciativa
própria.
O
número sobe para 82% quando se refere à utilização da internet no âmbito
doméstico para a realização de atividades propostas em sala. E 77% dos jovens
afirmaram que já utilizaram a internet em casa para fazer trabalhos por
iniciativa própria. Isso também se justifica pelo entendimento que os jovens
fazem do uso da internet, que possibilita que o aprendizado seja realizado em
ritmos, horários e locais diferentes, de acordo com as necessidades e
preferencias de cada um, segundo 44% dos entrevistados.
Assim, é possível justificar a preferência dos estudantes por
professores que fazem uso de tecnologias de informação e comunicação em sala de
aula, por estarem mais alinhados tanto com o modo quanto com as ferramentas que
os próprios jovens escolhem para estudar quando estão sozinhos.
Relação com os professores
Outro dado interessante apontado pela pesquisa é que os jovens
conectados já estão percebendo uma das principais tendências no que diz
respeito ao papel do professor na educação contemporânea. 38% deles acreditam
que, no futuro, o professor passará a ser mais um orientador dos estudos,
assumindo funções de tutor e curador, e não mais unicamente um transmissor de
conhecimentos.
Essa percepção dos jovens sobre o papel dos docentes casa muito
bem com outros dois dados da pesquisa que reforçam a necessidade do professor
assumir esse papel de orientador. Em um deles, 33% os entrevistados dizem que a
internet muitas vezes atrapalha a aprendizagem, pois as redes sociais e os
games distraem o aluno, reduzindo seu tempo de estudo. E em outro, 24% afirmam
que na internet tem muita informação, o que dificulta a seleção do melhor
conteúdo.
“Vemos como
a percepção da realidade dos jovens é boa. As perguntas que antes eles faziam
para o professor, hoje são feitas para a internet e respondidas por ela.
Logicamente o papel do professor tem que ser outro. É bacana ouvir isso dos
jovens”, afirma Gabriella Bighetti, presidente da Fundação Telefônica Vivo, que
também ressalta outro ponto de grande relevância: “não é só o papel do
professor que está mudando com a tecnologia, mas sua relação com os alunos
também. Segundo os jovens, se o professor estiver conectado isso ajuda no
relacionamento entre eles. É uma questão de confiança”, completa.
A afirmação de Bighetti está baseada na resposta de 38% dos
jovens ouvidos no levantamento que disseram que a tecnologia pode contribuir
para melhoria da relação entre professores e alunos. E isso acontece inclusive
fora da sala de aula: eles destacam positivamente os professores que
compartilham material didático nas redes sociais, blogs, emails e tiram dúvidas
pela internet.
Além de educação, a pesquisa completa também aborda o
comportamento da juventude conectada nas áreas de
ativismo, empreendedorismo e comportamento. No total, foram
ouvidos 1440 jovens de 16 a 24 anos, que fazem uso regular da internet, em
todas as cinco regiões do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário