61 municípios
paraenses discutem o cenário das doenças in loco. Campanha será
realizada entre os dias 18 e 22 de março.
Uma campanha para diagnosticar doenças como hanseníase e
verminoses em jovens estudantes terá início na próxima segunda-feira (18) em 61
municípios do estado do Pará. A iniciativa, realizada pelo Ministério da Saúde
(MS) e orientada pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), visa
debater o cenário das doenças em cada localidade. Com o tema “Hanseníase e
Verminoses tem cura. É hora de prevenir e tratar”, a campanha segue até o
próximo dia 22.
O objetivo da ação é identificar os casos suspeitos em
estudantes de 5 a 14 anos de escolas públicas localizadas em cidades com grande
incidência da doença. Assim, será possível aumentar o diagnóstico precoce e
identificar comunidades em que os casos de hanseníase e verminoses ainda são
frequentes. Em Belém, esse trabalho terá a execução da Sesma, a exemplo do que
acontecerá com outras 60 cidades elencadas pelo Programa.
As ações terão a participação de agentes comunitários de
saúde e profissionais da Estratégia de Saúde da Família dos municípios, que
encaminharão casos suspeitos à Rede de Atenção Básica de Saúde para confirmação
do diagnóstico e início imediato do tratamento. Segundo recomendações do MS,
caso a equipe de saúde identifique um estudante com hanseníase, é porque há uma
grande possibilidade de haver um caso na sua casa ou na comunidade onde vive.
Casos de hanseníase e
verminoses em números
Nos últimos anos, de acordo com dados parciais divulgados
pelo governo do estado, as ocorrências de hanseníase vêm diminuindo no
território paraense. Em 2012, houve o registro de 3.578 novos casos da doença,
345 em menores de 15 anos. Em 2011, o número de casos notificados foi de 3.876,
incluindo 412 pessoas com menos de 15 anos. Três anos antes, em 2008, o Pará
chegou a registrar 4.669 pessoas que descobriram ter o bacilo da doença. Apesar
disso, se comparado à média nacional (14,85 para cada grupo de 100 mil
cidadãos), o estado ainda apresenta um coeficiente alto, com 45,74 casos para
cada 100 mil habitantes.
Segundo o médico dermatologista da Coordenação Estadual do
Programa de Controle da Hanseníase, Carlos Cruz, o poder público tem montado
novas estratégias de combate à doença, como esse novo olhar sobre o público
estudantil, a fim de se aproximar da meta estabelecida pela Organização Mundial
de Saúde, que seria menos de um caso para cada 10 mil habitantes. Cruz aponta
que se tratando do Pará, a meta só será alcançada a longo prazo e com o esforço
também de cada município em promover o diagnóstico precoce
Para descobrir todos os casos existentes, o estado trabalha
em parceria com os municípios. O coordenador estadual do Programa de Controle da
Hanseníase, Luís Augusto Oliveira, informa que atualmente todos os municípios
paraenses devem desenvolver ações de prevenção da hanseníase, cujo tratamento é
gratuito e tem duração de seis a doze meses.
Campanha nas escolas
Durante a campanha, ficou definido que os profissionais das
unidades básicas de saúde, em parceria com profissionais da educação dos
municípios paraenses elencados, realizarão a Campanha de Busca Ativa dos Casos
de Hanseníase e de Tratamentno Quimioprofilático de Geohelmintíases em Escolares.
Com os casos identificados em estudantes, estes receberão medicação em dose
única.
Na presença de lesões sugestivas, o aluno será encaminhado
por profissional da educação à unidade de saúde para exame médico, em que
poderá ser confirmado o diagnóstico de hanseníase, com início imediato do
tratamento.
As atividades da campanha incluem ainda mobilização e
orientações para os professores e estudantes, subsidiadas por material didático
produzido com este objetivo.
Saiba mais sobre cada
doença
A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, causada pelo
bacilo Mycobacterium leprae e transmitida entre pessoas após contato direto e
prolongado; geralmente acarreta manchas no corpo com perda ou redução de
sensibilidade.
A geohelmintíase reúne um grupo de doenças verminosas
intestinais, entre as quais a popular “lombriga”. É transmitida por água e
alimentos contaminados e pode ter impacto no quadro nutricional e nos processos
cognitivos e causar obstrução intestinal.
Por fim, o tracoma é uma doença bacteriana transmitida de
pessoa para pessoa, por meio de objetos contaminados ou insetos como a mosca.
Acontece por infecções no olho, podendo causar alterações na córnea e levar à
cegueira.
Serviço:
A cerimônia de abertura do evento aconteceu nesta
segunda-feira, 18, no auditório da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), a
partir das 9h, quando representantes da Sespa, Ministério da Saúde e Secretaria
de Saúde de Belémx (Sesma) debateram o cenário daquelas doenças em uma mesa
redonda.
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