terça-feira, 19 de março de 2013

Pará recebe campanha federal contra hanseníase e verminoses


61 municípios paraenses discutem o cenário das doenças in loco. Campanha será realizada entre os dias 18 e 22 de março.

Uma campanha para diagnosticar doenças como hanseníase e verminoses em jovens estudantes terá início na próxima segunda-feira (18) em 61 municípios do estado do Pará. A iniciativa, realizada pelo Ministério da Saúde (MS) e orientada pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), visa debater o cenário das doenças em cada localidade. Com o tema “Hanseníase e Verminoses tem cura. É hora de prevenir e tratar”, a campanha segue até o próximo dia 22.

(Foto: Divulgação/Semsa)

O objetivo da ação é identificar os casos suspeitos em estudantes de 5 a 14 anos de escolas públicas localizadas em cidades com grande incidência da doença. Assim, será possível aumentar o diagnóstico precoce e identificar comunidades em que os casos de hanseníase e verminoses ainda são frequentes. Em Belém, esse trabalho terá a execução da Sesma, a exemplo do que acontecerá com outras 60 cidades elencadas pelo Programa.
As ações terão a participação de agentes comunitários de saúde e profissionais da Estratégia de Saúde da Família dos municípios, que encaminharão casos suspeitos à Rede de Atenção Básica de Saúde para confirmação do diagnóstico e início imediato do tratamento. Segundo recomendações do MS, caso a equipe de saúde identifique um estudante com hanseníase, é porque há uma grande possibilidade de haver um caso na sua casa ou na comunidade onde vive.

Casos de hanseníase e verminoses em números
Nos últimos anos, de acordo com dados parciais divulgados pelo governo do estado, as ocorrências de hanseníase vêm diminuindo no território paraense. Em 2012, houve o registro de 3.578 novos casos da doença, 345 em menores de 15 anos. Em 2011, o número de casos notificados foi de 3.876, incluindo 412 pessoas com menos de 15 anos. Três anos antes, em 2008, o Pará chegou a registrar 4.669 pessoas que descobriram ter o bacilo da doença. Apesar disso, se comparado à média nacional (14,85 para cada grupo de 100 mil cidadãos), o estado ainda apresenta um coeficiente alto, com 45,74 casos para cada 100 mil habitantes.

Segundo o médico dermatologista da Coordenação Estadual do Programa de Controle da Hanseníase, Carlos Cruz, o poder público tem montado novas estratégias de combate à doença, como esse novo olhar sobre o público estudantil, a fim de se aproximar da meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde, que seria menos de um caso para cada 10 mil habitantes. Cruz aponta que se tratando do Pará, a meta só será alcançada a longo prazo e com o esforço também de cada município em promover o diagnóstico precoce

Para descobrir todos os casos existentes, o estado trabalha em parceria com os municípios. O coordenador estadual do Programa de Controle da Hanseníase, Luís Augusto Oliveira, informa que atualmente todos os municípios paraenses devem desenvolver ações de prevenção da hanseníase, cujo tratamento é gratuito e tem duração de seis a doze meses.

Campanha nas escolas
Durante a campanha, ficou definido que os profissionais das unidades básicas de saúde, em parceria com profissionais da educação dos municípios paraenses elencados, realizarão a Campanha de Busca Ativa dos Casos de Hanseníase e de Tratamentno Quimioprofilático de Geohelmintíases em Escolares. Com os casos identificados em estudantes, estes receberão medicação em dose única.

Na presença de lesões sugestivas, o aluno será encaminhado por profissional da educação à unidade de saúde para exame médico, em que poderá ser confirmado o diagnóstico de hanseníase, com início imediato do tratamento.

As atividades da campanha incluem ainda mobilização e orientações para os professores e estudantes, subsidiadas por material didático produzido com este objetivo.

Saiba mais sobre cada doença
A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae e transmitida entre pessoas após contato direto e prolongado; geralmente acarreta manchas no corpo com perda ou redução de sensibilidade.

A geohelmintíase reúne um grupo de doenças verminosas intestinais, entre as quais a popular “lombriga”. É transmitida por água e alimentos contaminados e pode ter impacto no quadro nutricional e nos processos cognitivos e causar obstrução intestinal.

Por fim, o tracoma é uma doença bacteriana transmitida de pessoa para pessoa, por meio de objetos contaminados ou insetos como a mosca. Acontece por infecções no olho, podendo causar alterações na córnea e levar à cegueira.

Serviço:
A cerimônia de abertura do evento aconteceu nesta segunda-feira, 18, no auditório da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), a partir das 9h, quando representantes da Sespa, Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde de Belémx (Sesma) debateram o cenário daquelas doenças em uma mesa redonda.

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