segunda-feira, 1 de abril de 2013

Malhação de Judas movimenta o sábado de aleluia em Belém

Nem mesmo a chuva afastou a população. Tradição levou dezenas de pessoas às ruas na capital.

No bairro da Cremação, em Belém, aconteceu uma das programações mais tradicionais do sábado de aleluia: a malhação de Judas. Nem mesmo a chuva afastou as cerca de 5 mil pessoas que compareceram ao evento.

A malhação do Judas começou cedo. A primeira fase foram as crianças que realizaram brincadeiras, quebra do jarro e corrida do saco. Várias caixas de bombons foram distribuídas.

No final da manhã teve a malhação do Judas no meio da rua. Políticos foram os principais representações de Judas. Os bonecos foram produzidos por Associações Comunitárias. Entre os bonecos, personalidades políticas e outras que simbolizam a discriminação e a corrupção.

O coordenador da Associação dos Malhadores de Judas da Passagem Teixeira (localizada entre Fernando Guilhon e passagem São Miguel), Cleber Melo, afirma que além da consciência da população local em manter a tradição, são realizadas oficinas de confecção de bonecos com crianças e jovens da comunidade.

“Ensinamos como e quais materiais podem ser reciclados, como as crianças podem fazer os bonecos e incentivamos pais e filhos a refletirem sobre temas como exploração sexual, pedofilia e violência de modo geral. Sabemos que ao pontuarmos estas reflexões elas são levadas pelos meninos e meninas para casa e para suas escolas. É uma forma de alertamos a comunidade quanto a isso. As oficinas são realizadas três finais de semana antes do evento”, frisou.

Homens da Polícia Militar garantiram a segurança da população durante a tradicional Malhação de Judas. Foram deslocados 50 policiais militares com o apoio de viaturas, motocicletas e homens da cavalaria, além do reforço de homens da Guarda Municipal de Belém.

Tradição
Com 63 anos de existência no bairro da Cremação, em Belém, a Malhação do Judas acontece no sábado de aleluia precedendo o domingo de Páscoa e lembra a traição de Judas Escariótes, homem que traiu Jesus Cristo por 30 moedas, que equivaliam a dinheiro na época.

Moradores afirmam que a tradição no bairro teve início porque os vizinhos “malhavam”, ou seja, condenavam ou falavam mal de outros vizinhos, gerando confusões e envolvimento da polícia. Foi a partir daí que decidiram tornar o momento brincante e festivo, promovendo a confraternização de todos.




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