sábado, 27 de abril de 2013

Estudante paraense grava curta sobre pobreza para o Canal Futura


O universitário é um ser que tem o desejo profundo de abraçar o mundo inteiro e viver todas as aventuras que vierem pela frente. E foi pensando em viver uma nova aventura que a estudante de Jornalismo da Unama  Raíssa Araújo se inscreveu no projeto “Laboratório de Produção de Vídeo Geração Futura Universidades Parceiras 2013”.

Raíssa então viajou no final de janeiro deste ano para o Rio de Janeiro onde realizou o laboratório presencial do projeto que terá como produto no final do ano um curta, que que será transmitido durante a programação do Canal Futura.

O tema escolhido pelo canal está ligado ao projeto internacional do qual o Futura é representante brasileiro, o "Why Poverty?", que foi criado para promover um debate global a respeito da questão da pobreza. A partir desse tema o Futura sugeriu subtemas para os alunos participantes e Raíssa escolheu "Pobreza e moradia/ situação de rua".
O enredo de “Malabartes” contará a história de um garoto de rua que faz malabares no semáforo e se apresenta dentro de uma grande caixa de papelão, que simula um teatro. A sonoplastia e uma brincadeira com luzes vão revelar e dar destaque ao espetáculo, que antes era mal visto na rua. Os enquadramentos de câmera captarão os diferentes olhares e reações das pessoas sobre ele.

A escolha de Raíssa pelos malabares foi pensando no fato das manifestações artísticas serem além de entretenimento e lazer, um instrumento de expressão social que constroem a identidade cultural de um povo e ajudam a promover a inclusão social, denunciando e criticando realidades como a da pobreza.

“Minha tentativa é mostrar que de um lado existem pessoas em situação de pobreza e de rua que veem na arte um meio para sobreviver. E do outro lado existe uma sociedade que finge não ver essa manifestação artística, ignora-a e não se move para mudar a situação de pobreza desses indivíduos”, diz a acadêmica.

O projeto “Geração Futura Universidades Parceiras” é uma iniciativa do Canal Futura que já acontece há oito anos e oferece a estudantes das Universidades Parceiras a oportunidade de  aproximação com a produção televisiva. O Geração Futura é um conjunto de ações desenvolvidas para incorporar na linguagem audiovisual a experiência, o saber e o olhar do jovem, estabelecendo um permanente diálogo entre produtores de TV e sociedade.

Ajuda dos amigos

Durante o período do laboratório de 28 de janeiro a 8 de fevereiro, Raíssa e mais 32 estudantes das Universidades Parceiras viveram juntos muitas experiências. “A gente estava ali para se ajudar, seja na construção do roteiro ou nos passeios pelo Rio de Janeiro”, conta. Os estudantes viram de perto como funciona o Canal Futura, participaram de oficinas em que conceitos e técnicas de produção televisiva e cinematográfica foram abordados de maneira muito dinâmica e participativa.

De todas as experiências que tiveram uma das que mais marcou segundo a estudante foi a visita ao Centro Cultural Waly Salomão, do grupo Afroreggae, que fica na favela não pacificada do Vigário Geral.

“Pela história do grupo e pelo o que eles são agora, sem dúvida foi a que mais fortaleceu a ideia de que para mudar precisamos fazer juntos. Hoje, vivemos em rede e tudo é compartilhado. A rede se sustenta pela utilização. Por isso, sou crente que projetos culturais se sustentem pela colaboração”, afirma.

As gravações do curta “Malabartes” acontecerá dias 13 e 14 de abril em uma praça pública da cidade. Tudo na produção está sendo feito de forma colaborativa, desde os materiais até a participação dos atores. As pessoas poderão participar indo ver o espetáculo de malabares, sendo que serão filmadas e assinaram um termo de autorização de imagem, pois o vídeo será transmitido no Canal Futura em setembro.

A colaboração vem da equipe do Geração Futura, da Unama, da família da Raíssa, do Dirigível Coletivo de Teatro, que ela é membro-fundadora, do malabarista Lurralle Amaral, de amigos como Pedro Tobias e Bianca d'Aquino e da Casa da Cultura Digital Pará que aposta em projetos de forma colaborativa e que incentivem a cultura.

A ajuda mais recente que Raíssa recebeu foi a do professor e cenógrafo Bruce, que emprestou muitas caixas para a construção do cenário. “Cada um ajuda em pequenas coisas que fazem muita diferença quando juntas. Até mesmo uma breve conversa com outras pessoas já ajudou. A cada aperto de mão com essas pessoas eu sinto esse projeto sendo realizado com sucesso”, conta Raíssa emocionada.

Texto: Monique Malcher

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