sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Joaquim

Quando o “estranho” chegou ao Supremo Tribunal Federal, os senhores escandalizados que já lá estavam, receberam-no com cultural, comunicando-se, com fluência, em inglês, francês, alemão e espanhol.
Conquistou seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, fez mestrado em Direito do Estado. Foi aprovado em concurso público para Procurador da República e, aprovado, foi trabalhar no Rio de Janeiro, onde ensinou Direito Constitucional e Direito Administrativo. Entre 1999 e 2003, foi aluno visitante na Universidade de Nova Iorque e Universidade da Califórnia.

Estudou idiomas estrangeiros nos EE.UU. Áustria, Inglaterra, Alemanha e aqui no Brasil. Além disso, toca piano e violino desde dezesseis anos de idade.
Todavia, no STF ele era estranho. Afigurava-se um futuro promissor. Derribar urbanidades exageradas e a falsa devoção de alguns togados, aplicar a lei com justiça e perfeição.  Isolado por seus pares, era patrulhado em suas decisões, todas quase sempre questionadas visto que não interessavam aos fortes e influentes, na maior parte das vezes, os réus, envolvidos em falcatruas do tamanho do seu poderio. Joaquim era uma ameaça a ser controlada.
Segundo rumores vindos do centro do país, o que motivou sua saída do STF, seria seu sentimento de insegurança tendo em vista ameaças nas redes sociais. Também teria havido um incidente quando saia de um restaurante na capital federal, quando um grupo de militantes do PT o abordou, o que o abrigara a mudar de hábitos.
Ora, o Joaquim esteva no Poder. Portanto, sabe o que acontece nesse círculo. É um homem que sabe demais. O ditado diz que, quem tem, tem medo. Se alguém começa a apontar o dedo, de repente apronta outra coisa. Então seria tempo de largar a toga, pedir o chapéu.
Outro ditado diz que sossego e caldo de galinha é uma excelente receita para retirar o seu, do alvo pretendido.
O Supremo Tribunal Federal, penso, é a aspiração de qualquer magistrado. De uma hora para outra um jurista reconhecido, com direito de permanecer por mais dez anos em seu quadro ativo, anuncia sua aposentadoria na véspera de uma eleição majoritária.
Será que essa aposentadoria aconteceu por vontade própria ou, de fato, o sentimento de insegurança que passou a sentir influiu, decisivamente em sua decisão? Afinal, foi o magistrado que colocou na cadeia homens de grande poder instalados no governo do PT, cuja militância é manifesta através de várias instituições vinculadas.
Fiou na presidência do STF Ricardo Lewandovski, que legisla conforme os interesses, como diria o Doutor Brizola, do partido do governo, a par de Dias Tófoli, no Tribunal Superior Eleitoral, sempre ligado ao partido governista.
Como dizia Shakespeare, existem mais mistérios entre o céu e a terra, além dos aviões da VARIG, de saudosa memória.

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