O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central,
subiu a taxa básica de juros (Selic) de 11% para 11,25% ao ano. Foi uma
surpresa para o mercado. Os analistas esperavam manutenção da taxa. Em
comunicado, o BC diz que considerou o risco da inflação para aumentar os juros.
A decisão não foi unânime: cinco diretores, inclusive o
presidente do BC, Alexandre Tombini, votaram pela elevação, enquanto três
votaram pela manutenção da taxa de juros em 11%.
A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo Banco Central para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia.
Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao
crédito e, assim, pode consumir mais. Esse aumento da demanda pode pressionar
os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior.
Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária
inibe consumo e investimento -que ficam mais caros-, a economia se desacelera e
evita-se que os preços subam -ou seja, inflação.
Com a alta da taxa básica de juros (Selic), o BC aumenta a
atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, passa a "faltar" dinheiro no mercado financeiro para viabilizar
investimentos com retorno maior que o pago pelo governo.
Em um cenário normal, é também por esse motivo que as Bolsas
sobem nos Estados Unidos ao menor sinal do Federal Reserve (BC dos EUA) de que
os juros possam cair. Quando o juro sobe, acontece o inverso. O investimento em
dívida absorve o dinheiro que serviria para financiar o setor produtivo.
A taxa Selic é a taxa de financiamento no mercado interbancário
para operações de um dia, ou overnight, que possuem lastro em títulos públicos
federais, títulos estes que são listados e negociados no Sistema Especial de
Liquidação e Custódia, ou Selic. Em outras palavras, esta taxa é usada para
operações de curtíssimo prazo entre os bancos, que, quando querem tomar
recursos emprestados de outros bancos por um dia, oferecem títulos públicos
como lastro, visando reduzir o risco, e, consequentemente, a remuneração da
transação.
Assim, como o risco final da transação acaba sendo
efetivamente o do governo, pois seus títulos servem de lastro para a operação e
o prazo é o mais curto possível, ou apenas um dia, esta taxa acaba servindo de
referência para todas as demais taxas de juros da economia.
Esta taxa não é fixa e varia praticamente todos os dias, mas
dentro de um intervalo muito pequeno, já que, na grande maioria das vezes, ela
tende a se aproximar da meta da Selic, que é determinada mensalmente pelo
Copom.
Ricardo Costa
Bacharel em Administração e MBA Executivo em Gestão Bancária
CRA/PA: 13319
Profissional Certificado pela Anbima (CPA-10 e 20)
Referências: Infomoney, Folha e Uol
Referências: Infomoney, Folha e Uol
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