O Traslado para Ananindeua, a primeira e mais longa das 12 procissões do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, levou mais de 1,5 milhão de fieis às ruas, da manhã até a noite de sexta-feira, 10. Este ano, o Traslado se iniciou às 8h10, na Basílica Santuário de Nazaré, e terminou às 20h30 na Igreja Matriz de Ananindeua, a Paróquia de Nossa Senhora das Graças. Os 55 quilômetros foram percorridos em cerca de 12 horas e 20 minutos.
Romeiros acompanharam a procissão de todas as formas: a pé, de bicicleta, de carro ou de moto. Na chegada da romaria um acidente envolvendo um carro e uma motocicleta atrapalhou o fluxo dos veículos do Traslado. Uma pessoa ficou ferida. Um princípio de incêndio no Hospital Anita Gerosa supreendeu os participantes da procissão rodoviária.
Por conta da primeira romaria do Círio 2014, a rotina da Região Metropolitana de Belém (RMB) foi alterada: o trânsito interrompido ou desviado; estabelecimentos comerciais pararam para fazer homenagens; e a pista expressa virou camarote improvisado para acompanhar a passagem da imagem da Virgem de Nazaré pela avenida Almirante Barroso e rodovia BR-316. A mais longa das romarias levou a padroeira da Amazônia até os fieis nas áreas periféricas de Ananindeua e Marituba, garantindo um momento de emoção para muitas pessoas que não têm condições de sair de casa para acompanhar o Círio ou Trasladação, ou condições financeiras para comprar ingressos para arquibancada. “Essa diversidade de homenagens, ideias para saudar Nossa Senhora, desde um simples aplausos até fogos, lágrimas e sorrisos, demonstram a devoção à Nossa Senhora e o amor pelo Círio”, disse o arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira, durante o Traslado. Ele estava acompanhado dos bispos auxiliares dom Irineu Roman, que participou pela primeira vez no Traslado como bispo auxiliar, e de dom Teodoro Mendes.
Balões, faixas, cartazes, pequenas imagens, pedaços de corda, fogos, chuvas de papel picado e até música ao vivo serviram para homenagear a Santa. Na passagem, fiéis não continham as lágrimas. Muitos conseguiram fotografar e filmar usando smartphones. Os tempos de paradas para homenagens em determinados pontos foram encurtados para não prejudicar o cronograma. A primeira parada foi no hospital Ofir Loyola, uma das mais emocionantes: muitos pacientes e familiares de pacientes pediram à Virgem saúde e forças.
A missa na Basílica Santuário, celebrada pelo arcebispo, começou pouco antes das 7h, com a saída da imagem às 8h10, uma hora mais cedo por conta de um desvio. A igreja ficou completamente lotada. A cada minuto mais pessoas chegavam, entre ciclistas, maratonistas e condutores. Ao longo da Almirante Barroso e da BR-316, as passarelas foram restritas, aumentando a quantidade de devotos no passeio público. As pistas apertadas permitiram que os fieis ficassem bem perto da santa.
Ananindeua - Uma das paradas mais significativas e simbólicas foi feita às 11h, no shopping center Castanheira, marcando a entrada em Ananindeua. Dom Alberto e dom Teodoro Mendes conduziram a imagem para um palco, onde a Santa pôde ficar bem perto dos devotos. O prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro, carregou a imagem por alguns metros. “Como devoto, como cristão, como paraense de coração, minha fé se renova sempre neste encontro com a mãe de Jesus. É impossível não se emocionar”, afirmou. A prefeitura de Ananindeua, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, preparou um grande pórtico na entrada do município, no km 9 da BR-316, para se tornar o marco de boas vindas ao Traslado.
Há três anos devota corre na romaria para pagar promessa
A gerente de unidade de saúde Eline Alves, 28, montou em isopor dois prédios e uma casa, simbolizando os dois apartamentos adquiridos e uma casa. A promessa, a cada ano, aumenta de tamanho. Este ano ela acompanhou a romaria correndo: ela saiu da frente do clube Tuna Luso Brasileira, na Almirante Barroso, e ficou até o final. “A meta é acompanhar desde a saída da Basílica e cada vez eu aumento mais o trajeto. É uma promessa que vou pagar enquanto tiver vida e estou no terceiro ano. Essa é a mais linda e mais longa procissão e é especial por passar na cidade onde moro”, disse. Em Ananindeua, o vendedor Flávio Araújo, 31, tinha dificuldade em acompanhar a procissão correndo. “Esse ano está mais rápido que de costume, eu tenho que aproveitar que ela para e passar da imagem, porque senão eu não consigo acompanhar”, disse o vendedor, que já paga promessa há oito anos.
Fonte: Amazonia
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