Após
ouvirem moradores e servidores da prefeitura, as promotoras de justiça Jeanne
Oliveira e Fabia Melo, juntamente com o procurador de justiça Nelson Medrado,
estão convencidos de que há elementos para processar o prefeito municipal de
Santa Cruz do Arari por ato de improbidade administrativa. Além disso, o gestor
deve também responder criminalmente pela matança de cães ocorrida no município.
Até o momento, além de maus tratos, outros crimes conexos são investigados
pelos membros do Ministério Público.
“Já está
comprovado ato de improbidade administrativa. O prefeito usou a máquina
pública, como o ginásio de esportes para pagamento das pessoas pela captura dos
cães, barco da prefeitura, entre outros bens públicos”, disse o procurador
Medrado durante a coletiva realizada na manhã de hoje no Ministério Público do
Estado em Belém.
Após os
fatos que chocaram o Brasil e o mundo pela crueldade da ação, foi aberto de
imediato pela promotoria de justiça de Santa Cruz do Arari um Inquérito Civil
Público (ICP) para apurar o uso da máquina administrativa municipal pelo
prefeito, que resultou no cometimento do crime de maus tratos contra os cães.
Foi
instaurado paralelamente Procedimento Investigatório Criminal (PIC) pela
promotora Jeanne, designada por portaria da Procuradoria-Geral de Justiça para
atuar também na área penal. Será apurado, entre outros, o crime de maus tratos
contra animais silvestres, domésticos e exóticos. previstos na lei 9605/98 -
lei de crimes ambientais, artigo 32, que prevê detenção de 3 meses a 1 ano e,
multa.
Segundo
Jeanne Oliveira, “já está sendo apurada também a tentativa de obstruir as
investigações, com a intimidação de testemunhas.
“Na área
criminal as investigações continuam, há indícios de crimes conexos”, destaca
Fabia Melo, também designada por portaria da Procuradoria-Geral para atuar no
caso, assim como Nelson Medrado.
As duas promotoras e mais o procurador Medrado ouviram o depoimento de oito moradores e servidores da prefeitura de Santa Cruz do Arari. As oitivas foram realizadas esta semana em Cachoeira do Arari, para resguardar a integridade física dos depoentes.
As duas promotoras e mais o procurador Medrado ouviram o depoimento de oito moradores e servidores da prefeitura de Santa Cruz do Arari. As oitivas foram realizadas esta semana em Cachoeira do Arari, para resguardar a integridade física dos depoentes.
“Durante
os depoimentos foi apurado que os animais foram largados em áreas rurais
distantes de 4 a 6 horas de Santa Cruz do Arari e a intimidação de pessoas por
servidores públicos”, disseram os membros do Ministério Público.
Ficou
constatado também que alguns donos de animais tentaram recuperar seus cães e
foram hostilizados por servidores da prefeitura. Foi relatado ainda que o dono
de um cão quase se jogou no rio para tentar alcançar o barco que levava os
animais.
“Outros
donos de animais se dirigiram à prefeitura para reclamar da ação de extermínio
e foram mal tratados por servidores”, complementaram.
Texto:
Edyr Falcão (Assessoria de Imprensa)
Fotos: Eliana Souza (graduanda em jornalismo)
Fotos: Eliana Souza (graduanda em jornalismo)
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