Bancários entram na terceira semana de greve e banqueiros continuam em silêncio

Nesta segunda-feira (30), 12º dia de greve nacional da categoria, bancários e bancárias de Belém se concentraram em frente à matriz do Banpará para reforçar junto à população, e também lembrar à diretoria do banco que reuniu com as entidades sindicais na tarde de hoje em uma nova rodada de negociação, que além do reajuste salarial de 11,93%, o funcionalismo do Banpará também quer: “a devolução do tíquete extra, a PLR social e a promoção para todos os bancários e bancárias em janeiro. Sem a apresentação de uma proposta que traga avanços nesse sentido, a categoria seguirá em greve por tempo indeterminado no Banpará”, destacou a presidenta do Sindicato dos Bancários, Rosalina Amorim.

A diretora da Fetec-CN e também funcionária do Banpará, Vera Paoloni lembrou aos trabalhadores e trabalhadoras que quem faz a greve é o bancário. “Por isso a importância de todos e todas aderirem à paralisação por tempo indeterminado, afinal a luta é coletiva e todos serão beneficiados. Foram nas greves que obtivemos nossas principais conquistas e hoje somos referência de mobilização para o restante do país”, lembrou a dirigente sindical.

Bancários de outras instituições públicas também fortaleceram o movimento. “O Banpará tem um dos melhores acordos do país e hoje é parâmetro de mobilização. Sou bancário do Banco do Brasil, infelizmente lá estamos impedidos de ficar na porta do banco fazendo piquetes; mas vale ressaltar aos demais colegas que a greve continua, isso ninguém pode nos impedir, pois estamos amparados legalmente. Como também não podem nos impedir de convencer a fazer o mesmo quem ainda não aderiu ao movimento de greve, que assim como todos querem melhores salários e condições de trabalho”, ressaltou o também diretor do Sindicato, Fábio Gian.

Quem também esteve na matriz do Banpará na manhã desta segunda (30) foi a vereadora que também é bancária da Caixa, Sandra Batista (PCdoB). Ela lembrou de que os bancos continuam sendo o principal setor econômico mais rentável do país e, portanto não há desculpas para não apresentar um reajuste com ganho real.

O Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado na quinta-feira passada pelo Banco Central revelou que o lucro líquido dos bancos manteve-se estável no período de 12 meses, encerrado em junho. O valor chegou a R$ 59,7 bilhões, com acréscimo de R$ 4,7 bilhões em relação ao resultado de dezembro. Ainda segundo o documento, o lucro líquido “permaneceu robusto e eminentemente oriundo de operações financeiras de natureza recorrente, sobretudo bancárias e de seguros”.

Greve de todas as tribos

Em todo o Pará a greve da categoria bancária recebe apoio seja de clientes, usuários, trabalhadores de outras categorias. Hoje de manhã o cacique Touro da Tribo Gavião Parkatêjê participou do ato público de greve dos bancários e bancárias em Marabá e se solidarizou com a categoria.

“Esse apoio que recebemos da população em geral fortalece ainda mais a nossa luta. É bom saber que existem pessoas que reconhecem e compreendem a nossa luta e ainda tem a consciência de que essa greve é também pelos clientes e usuários que merecem respeito e atendimento de qualidade”, afirmou a diretora do Sindicato na região, Heidiany Moreno.

Passeata unificada

Nessa terça-feira (1º), bancários, funcionários dos Correios e trabalhadores da rede estadual voltam às ruas de Belém em mais uma passeata dos trabalhadores e trabalhadores que estão em greve por melhores salários e condições de trabalho. A concentração será a partir das 9 horas, na escadinha da Estação das Docas, tomando como trajeto a Av. Pte. Vargas até o Centro Integrado de Governo (CIG), na Avenida Nazaré.

> Clique aqui e veja o mapa desse 12º dia de greve

> Clique aqui e confira nossa galeria de imagem do 12º dia de greve

Fonte: Bancários PA