Segundo a Apple, as vendas de iPads para as escolas estão
superando as vendas dos notebooks da marca por uma margem muito grande.
Entretanto, como já está sendo discutido há um bom tempo, a tecnologia sozinha
não é a resposta para um bom aprendizado. Esses dispositivos precisam estar
integrados a um planejamento cuidadoso para a educação do século 21, que é
aquela que agrupa as habilidades e competências necessárias em nossa sociedade
e ajuda os alunos a desenvolvê-las.
Até no Brasil essa proposta também já é realidade. No mês de
outubro, por exemplo, o próprio governo federal criou o Programa de Inclusão
Digital, uma ação que vai conceder isenção de impostos a aparelhos que custam
até R$ 1.500 desde que as empresas participantes incluam apps nacionais de
educação em seus tablets.
E já que as notícias são boas e que não dá mais para fugir
da tecnologia, confira algumas dicas de como se preparar para usar o tablet na
sala de aula:
1– Saiba se você está
pronto
Antes de comprar os dispositivos, é preciso responder
algumas perguntas sobre a infraestrutura técnica para gerenciá-los e
implantá-los de maneira adequada. Você tem uma internet banda larga boa o
suficiente para conectar todos os dispositivos ao mesmo tempo? A sua rede sem
fio é estável o suficiente para distribuir o sinal, sem perder a qualidade,
para toda a escola?
Apesar de básicos, esses questionamentos precisam existir,
caso contrário, o poder do tablet – que está diretamente relacionado à
possibilidade de usar a internet como meio de aprendizado – será perdido.
2– Compreender e
apresentar um bom motivo para adquirir os tablets
Este é um dos mais críticos problemas nas escolas: a
discussão do uso dos dispositivos a partir de uma perspectiva educacional. É
necessário, nesse momento, que toda a instituição esteja alinhada quanto ao uso
de tablets para complementar sua missão educativa e que todos sejam informados
sobre as decisões tomadas para o plano pedagógico, incluindo professores, pais,
alunos e administradores.
3– Segmentar os
objetivos para a aprendizagem do século 21
Usar o tablet para repetir os mesmos modelos de aula não
funciona muito. Por isso, o jeito é sair da zona de conforto e aproveitar ao
máximo o potencial educativo da tecnologia e projetá-lo para atender aos
objetivos da aprendizagem do século 21. Isso significa desenvolver atividades
que envolvam multimídia, comunicação, colaboração e aprendizagem baseada em
projetos.
4– Entendendo que
tablets não são laptops
A maioria dos laptops usam servidores de rede e senhas que
podem definir permissões e proibições aos usuários. É importante lembrar que os
tablets não são laptops. Não há um adminstrador e a capacidade de proteger e
controlá-los é mínima. Procure maneiras de tirar proveito de sua mobilidade,
câmera embutida, microfone, criação de vídeo e assim por diante. Se as
atividades de monitoramento e controle são critérios importantes para a escola,
pode ser aconselhável que fiquem com os laptops.
5– Superar a síndrome
de que há um aplicativo para tudo
Sim, é verdade que existe um aplicativo para (quase) tudo,
mas o benefício real para o aprendizado está em enxergar nos tablets ferramentas
que podem ser usadas como parte do processo de aprendizagem e não algo que
entrega diretamente o conteúdo curricular. Entre as maneiras de integrá-lo ao
ensino está no incentivo para que os alunos a criem, por exemplo, entrevistas
simuladas com figuras históricas famosas, expliquem fenômenos científicos
usando uma animação em stop-motion ou criem programas de rádio para praticar textos em língua estrangeira. Se
essas oportunidades forem abertas, os alunos irão naturalmente gravitar em
torno do uso criativo e inovador do tablet. Eles precisam ser incentivados a
usá-lo como uma ferramenta de aprendizagem.
6– Formação contínua
de professores
Antes de se chegar à mudança conquistada pelo bom uso dos
tablets, a cultura escolar também precisa passar por alguns ajustes. Esses
novos modelos só podem ser aplicados depois de um treinamento e apoio adequados
aos professores. O ideal é que essa formação não dure só um dia, como aquelas
oficinas dadas no meio do ano. É preciso ir além e reservar um tempo para
diversas sessões ao longo do ano, reunindo grupos de educadores – inclusive de
outras escolas – para trocar experiências e compartilhar seus sucessos e erros.
7- Permitir o
imprevisível
Deixe os garotos um pouco livres. A tecnologia é mais eficaz
quando é usada como uma ferramenta para capacitação desses alunos, portanto,
não espere controlar todos os aspectos de suas aprendizagens. Os tablets permitem
o uso de infinitos recursos, não adianta limitar seu uso em algumas poucas
ferramentas do seu conhecimento. A criatividade, aqui, é um dos pontos mais
importantes.
8– Pesquisar e
documentar os planos de ação para algumas dessas perguntas:
– Que responsabilidades e processos estão em vigor para a
compra e implantação de aplicativos?
– Quem será o responsável pela compra desses aplicativos?
– Quem vai gerenciar os perfis de usuário? Quais serão as
restrições impostas?
– Você vai ter um perfil para cada estudante ou por classes
e grupos?
– Onde os alunos vão armazenar e apresentar seus trabalhos?
Você vai utilizar serviços em nuvem, como Evernote ou Dropbox?
Com informações do blog Mind/Shift.
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