sábado, 20 de setembro de 2014

O Valor do Voto

O cidadão brasileiro está convocado para votar. Fala-se que o povo brasileiro está entre os que mais chance tem de escolher, decidir e definir quem comandará o destino dos municípios, estados e país. Os eleitores  também estão convocados para decidir o futuro entre planos e propostas exequíveis e promessas duvidosas ou inconsistentes.
A teoria, os conceitos, as ideias defendidas são de democracia, igualdade de direitos e deveres, justiça social, progresso, oportunidades iguais para todos, inclusão social, saúde. segurança . . .
Os partidos, coligações, frentes, grupos e candidatos apresentam-se com propostas que, muitas vezes, beiram a leviandade e, segundo os mais exaltados e radicais, a insanidade.
Evidentemente, todos os candidatos querem alcançar a vitória e com este objetivo lançam-se na campanha. Muitas vezes perdem o bom senso, a razoabilidade e partem para as promessas fáceis e inconsequentes, apresentam planos fantasiosos, tentam impressionar os eleitores com estratégias que vão desde a fofoca à ameaça velada ou ofensa. Usam argumentos que enganam os ingênuos, irritam os politicamente corretos, fermentam o deboche, a piada e o menosprezo de outra parte dos eleitores.
O eleitor deveria observar com atenção àqueles que oferecem vantagens em troca do voto. O votante deveria averiguar se o candidato tem demonstrado sua capacidade de administrar ou legislar de forma responsável. O cidadão deveria analisar a vida pessoal e os valores que defende e pratica em sua atuação pública e social.
Os meios de comunicação alertam os eleitores para a seriedade e importância do voto. As propagandas de esclarecimento despertam ou deveriam despertar para a reflexão. Buscam a compreensão sobre o futuro que será desenhado conforme as escolhas feitas.
Jornalistas, comentaristas, analistas e cientistas políticos são conhecidos e respeitados por suas opiniões e previsões. A mídia oferece o palco e as luzes para a performance dos aspirantes ao poder.
Dizer que o voto e o título de eleitor tem valor inestimável e, por isso, não se vende, se dá a alguém que inspire a nossa confiança ou tem demonstrado capacidade e competência parece um conceito romântico, utópico ou, em outras palavras, ultrapassado.
As eleições diretas são decantadas como exercício da cidadania livre. Fala sério! Não se tem esta impressão.
O que faz um eleitor trocar obras de infraestrutura por um abraço, uma buzinada, um ingresso para janta, um cachorro quente e refrigerante, uma visita de última hora, um “vamos esquecer o passado e olhar para o futuro,” uma carona para a cidade, um rancho de 4 em 4 anos, uma oncinha (R$ 50,00) para despesas, um cargo … ?
O mais incrível é que os candidatos ganham a fidelidade do eleitor – nem sempre pobre e pouco esclarecido, mas movido pela ideia de tirar vantagem – nas eleições.
As vezes,  tem-se  a impressão que uma considerável fatia do eleitorado gosta de ser desprezada, mal atendida em suas necessidades básicas para uma vida digna e tudo troca por ninharia. Pior que isto, sente-se contemplada ao receber “presentinhos” enquanto os grandes interesses são alimentados com a legitimização da eleição e dos eleitos para exercer os cargos, administrar órgãos públicos, gastar os recursos dos contribuintes sem uma compreensão, fiscalização e exigência de prestação de serviços conforme as necessidades e previsto em leis.
Quanto custa um voto? Quanto vale o título de eleitor? As campanhas são milionárias.

Sobre Celeste Dummer

Sou do Sul de Vera Cruz (Vila Progresso). Professora por opção e convicta de que o educador deve desafiar constantemente os integrantes da sociedade para a reflexão, questionamento e livre expressão em busca da verdade. Muitas vezes, meus textos estarão cheios de indignação e inquietude diante da omissão, hipocrisia e injustiça. Um jornal sempre deveria ser saudado pelos cidadãos de todas as idades por ser mais uma fonte para acompanhar as notícias e versões veiculadas como verdadeiras pela imprensa.

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