domingo, 7 de dezembro de 2014

Especialista atesta: fornecimento de energia é péssimo

A doutora em Engenharia Elétrica e professora da faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Pará (UFPA), Carminda Célia de Moura Carvalho, atua na área de qualidade da energia no Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon). Com essas credenciais, ela é taxativa em avaliar a energia elétrica fornecida pela Celpa como “péssima”. Ela mesma já foi vítima das oscilações e chegou a perder um portão eletrônico há alguns anos. Como uma exceção à regra, conseguiu ser ressarcida com relativa facilidade, como relata, recuperando os R$ 200 gastos com os reparos. Além de especialista no assunto, como consumidora, utiliza o adjetivo “péssimo” também para classificar o atendimento aos clientes.
“O serviço do Pará é péssimo pelas interrupções de tensão muito frequentes e não deveria ser assim. Somos mal atendidos não só no serviço, mas no atendimento ao consumidor também. É uma demora excessiva para solução de problemas para atender uma cidade não muito grande como Belém, além de outras regiões”, criticou.

Saiba mais

Carminda explica que, tecnicamente, as oscilações são chamadas de variações de tensão. “Podem ser curtas ou sustentadas, chegando a serem maiores do que três minutos. Há vários motivos para acontecer, mas tem origem nas descargas atmosféricas, ou seja, os raios. Curtos-circuitos também podem gerar surtos de tensão. Problemas na rede, quando ocorrem, são por condições climáticas imprevisíveis. Há problemas de qualidade devido a manobras na rede, como mudança no fluxo de potência. Podem provocar variações de tensão e são mais previsíveis. Desligamentos de cargas também podem ocasionar elevações de tensão”, explicou.
Outras causas para as oscilações são cargas grandes recuperadas de uma vez ou aberturas de uma linha. Também podem estar associadas com equipamentos de distribuição. “Pode causar um dano irreversível, principalmente a eletrônico de carga mais sensível. Motores são mais fortes, como ventiladores. Computador, forno micro-ondas, televisores e até geladeiras possuem muitos componentes eletrônicos mais frágeis que podem não resistir a uma variação e serem danificados mesmo”, concluiu.

Investimentos

Sem informar quantos consumidores já tiveram os processos concluídos de forma positiva, a Celpa afirmou, ainda, que “nesses dois anos sob a nova gestão, investiu no Pará R$ 961,6 milhões voltados à melhoria do fornecimento e qualidade da energia distribuída aos paraenses”. Segundo a nota, “nesse pouco tempo, construímos e ampliamos 28 subestações em todas as regiões do Estado, a exemplo da subestação Tapajós, no oeste do Pará, e a subestação de Bragança, no nordeste”. A nota garante que as obras ampliaram significativamente a qualidade do fornecimento de energia aos clientes: “Investimos ainda na expansão de rede, aquisição de novas linhas de transmissão e tecnologia de ponta voltada ao georrefenciamento”, acrescentou a empresa.
A nota segue dizendo que, como resultado desses investimentos, “houve uma melhoria exponencial nos indicadores de continuidade e frequência. Em apenas dois anos, o indicador DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) foi reduzido em 52% e o indicador FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) teve redução de 42%. Isso quer dizer que tanto a duração quanto a frequência das interrupções no fornecimento de energia no Pará foram reduzidas para quase a metade, em comparação aos indicadores de outubro de 2012, antes da nova gestão assumir a distribuidora”.
ORM

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