O que é preciso para ter um ensino de qualidade? Em Heliópolis
(SP), a escola Municipal Presidente Campos Salles decidiu derrubar os muros e
apostar na democracia. Já na zona oeste do Rio de Janeiro, no bairro Padre
Miguel, o colégio Estadual Monsenhor Miguel de Santa Maria Mochón inovou suas
aulas, criando projetos que deixam o currículo mais atrativo. Mas o que há de
comum entre essas duas experiências? Além de mostrarem que é possível alcançar
resultados surpreendentes em territórios com dificuldades socioeconômicas, elas
integram a série de documentários “Educação.doc”, produzida pelos cineastas
Luiz Bolognesi e Laís Bodanzky.
Dividida em cinco episódios, a série percorre oito
escolas brasileiras para mostrar histórias de quem está fazendo a diferença no
ensino público, apresentando experiências realizadas nos estados do Piauí,
Ceará, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Com depoimentos de alunos,
professores e diversos especialistas, o documentário traz uma série de
discussões sobre a qualidade da educação, redução da evasão escolar, integração
da escola com a comunidade e a valorização de professores.
Entre os entrevistados, estão nomes como Viviane
Senna e Mozart Neves Ramos (Instituto Ayrton Senna), Beatriz Bontempi
(Instituto Avisa Lá), Giovana Zen (Instituto Chapada de
Educação e Pesquisa), a filósofa Viviane Mosé e a pesquisadora Paula
Louzano, doutora em política educacional pela Universidade Harvard (EUA).
Segundo a cineasta Laís Bodanzky, a intenção do
documentário é pautar a sociedade para mostrar que é possível fazer diferente.
“A escola dos meus pais e dos meus avós já não é mais a mesma escola de hoje.
Antes a informação toda estava na escola. Hoje em dia você já não precisa mais
da escola como a única fonte”, afirmou ao Instituto Ayrton Senna, durante o
Fórum Internacional de Políticas Públicas.
No primeiro episódio, o documentário conta a experiência
realizada na Chapada Diamantina, no interior da Bahia, onde a qualidade do
ensino melhorou em 20 municípios da região. O segundo vídeo da série percorre
os estados de São Paulo e Rio de Janeiro para mostrar o trabalho realizado em
duas escolas que se abriram para a comunidade e passaram a atrair o interesse
dos alunos. Na terceira etapa da série, são apresentadas escolas em Cocal dos
Alves(PI), Sobral(CE) e Foz do Iguaçu(PR), onde os resultados educacionais
chamam a atenção, seja pelo acúmulo de medalhas em olimpíadas de química e
matemática, ou por terem conseguido zerar a evasão escolar.
Mais adiante, no quarto episódio, os espectadores
conhecem a experiência do Colégio Estadual Monsenhor Miguel de Santa Maria
Mochón, que tem encontrado propostas para tornar o currículo mais atrativo. Por
fim, a série encerra com uma discussão sobre como será a escola do futuro,
convidando professores, alunos, diretores e pensadores a darem a sua opinião
sobre o modelo de ensino que gostariam de ter daqui a 50 anos.
“A educação que se espera para o futuro é uma
educação que consiga fornecer conhecimento e potencial de reflexão”, defendeu o
cineasta Luiz Bolognesi durante o fórum. De acordo com ele, a escola que se
abre para ouvir o lugar em que está inserida tem mais chances de acertar, pois
apresenta mais conexão com a realidade.
Os episódios da
série “Educação.doc” podem ser assistidos no canal da Buriti Filmes, no YouTube
(clique aqui para ver).
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